A ESPETACULARIZAÇÃO DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA: UMA FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA ALUNOS DO SÉCULO XXI
Resumo
Com a metodologia autoetnográfica observamos o ensino da Língua Portuguesa no
segmento do Ensino Fundamental (11 a 15 anos), tanto em escolas públicas como
particulares, e ficou evidente a dificuldade deles relacionada ao ensino da gramática
normativa, mais especificamente a compreensão dos elementos morfossintáticos da
Língua Portuguesa. Essa dificuldade de aprendizagem e a desmotivação dos alunos
com os estudos de modo geral foram o ponto inicial para buscar soluções, a fim de
gerar comprometimento e envolvimento no processo de ensino. Com base em
estudos de Guy Debord (2003) sobre a sociedade do espetáculo nasceu um
personagem ficção (objeto de estudo para o presente trabalho), capaz de
sensibilizar e motivar os alunos por meio do espetáculo e convocá-los para uma
aprendizagem ativa. Inspirada pelas ideias dialógicas de Paulo Freire, a Professora
Maluquinha estabelece uma conexão imediata com seus alunos e cria uma
ferramenta de códigos espetaculares para ensinar gramática. Com seu Show, com
suas músicas, de uma forma irreverente e caricata, ela consegue transportá-los para
um mundo ficcional e fazê-los compreender não somente a morfossintaxe, mas
estimular a criatividade para os estudos e motivá-los para uma educação
cooperativa.Na fronteira entre o ficcional e o real está a espetacularização como
ferramenta que se mostra eficaz para ensinar Língua Portuguesa no século XXI. O
resultado é aprendizagem interativa e criativa, com melhoras significativas.Nessa
perspectiva, os resultados alcançados vão além do ensino da Língua Portuguesa,
eles perpassam por uma mudança de conduta na escola e torna os alunos
protagonistas de seu aprendizado. Nesse jogo entre verdade e ficção, os alunos,
sujeitos ativos da sociedade espetacular sentem-se capazes de participar do
processo de ensino-aprendizagem. A conexão entre personagem e alunos extrapola
o tradicional e se lança em uma forma de aprendizagem diferenciada e interacional.
A pesquisadora Paula Sibília (2008) destaca que o indivíduo moderno tem
dificuldade de ouvir narrativas demasiadamente longas, por isso, os alunos, geração
permeada pela mídia e pela tecnologia, necessita de uma forma diferenciada de
trabalho, capaz de acompanhar o contexto atual. Um trabalho permeado pela
inovação da ficção e por metodologias ativas insere os alunos como protagonistas
do processo de ensino. Como aporte teórico, este trabalho está fundamentado em
autores como Paula Sibilia (2008), Guy Debord (2003), Alexandre Gobbo (2013) e
Edgan Morin (2004) e outros, a fim de nortear o trabalho proposto e torná-lo
significativo.