CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O DESENVOLVIMENTO DAS INTERAÇÕES SOCIAIS DA CRIANÇA AUTISTA
Abstract
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é considerado um transtorno de
neurodesenvolvimento que apresenta características como déficits nas interações e
na comunicação social, comportamentos repetitivos e padrões estereotipados,
apego aos objetos, que resultam em um isolamento extremo. Com base em um
estudo realizado por Leo Kanner constatou-se que o autismo se desenvolve desde
os primeiros meses de vida da criança e influencia o desenvolvimento dos aspectos
sensoriais e a interação social. Assim, para melhor compreendê-lo, esta pesquisa
tem por objetivo discutir como a primeira fase da Educação Infantil pode contribuir
para o desenvolvimento social da criança autista. A investigação fundamenta-se nas
principais teorias propostas por Leo Kanner, de que crianças autistas sofriam de
uma inabilidade inata de se relacionarem emocionalmente com outras pessoas, por
Claudio Roberto Batista e Cleonice Bosa, que descrevem como um transtorno de
personalidade que inclui a falta de empatia, baixa capacidade de fazer amizades,
monólogo, hiperfoco em assunto de interesse especial e dificuldade de coordenação
motora; proposta por Ana Beatriz Barbosa Silva, Mayara Bonifácio Gaiato e Leandro
Thadeu Reveles, que destacam a importância da percepção dessas características
logo no inicio, pois aumentam as chances de corrigir as disfunções advindas do
autismo; e por Lev Semionovitch Vigotski, em que segundo o autor uma criança com
necessidades especiais na educação infantil inicia-se mediante o impulsionamento
do seu desenvolvimento social e sua interação com outras pessoas e crianças da
mesma idade. Buscam orientações na Base Nacional Comum Curricular, e no
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, que estabelecem as
diretrizes para a educação em todas as etapas no Brasil, bem como os campos das
experiências desenvolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Também foram
realizadas pesquisas no Banco de Teses e Dissertações da Capes e em artigos
publicados em revistas. Para desenvolver a pesquisa utilizou-se como metodologia o
estudo de caso, proposto por Robert K. Yin, que contribui para o estudo aprofundado
de fenômenos sociais, individuais, organizacionais e políticos. Os métodos de
investigação utilizados foram, primeiramente, as entrevistas estruturadas realizadas
com a mãe e a professora da criança autista e, em um segundo momento, ocorreu
uma intervenção pedagógica com a criança autista, adotando como método de
análise a observação direta. Os resultados obtidos com esse estudo de caso
corroboraram com a afirmativa de que a Educação Infantil contribui para o
desenvolvimento das interações sociais da criança autista, ao aplicar atividades
pedagógicas que estimulem a interação social, a comunicação, a linguagem e o
desenvolvimento do aspecto sensório-motor. Como produto final, a presente
pesquisa apresenta um guia didático com atividades que promovem a socialização
da criança autista na Educação Infantil, com o objetivo de auxiliar os professores no
processo ensino-aprendizagem de crianças autistas.