OS DISPOSITIVOS MÓVEIS E A CONTEMPORANEIDADE NA EDUCAÇÃO: O USO DOS CELULARES NAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DO ESPÍRITO SANTO
Resumen
PERINI, E. R. Os dispositivos móveis e a contemporaneidade na educação: o
uso dos celulares nas escolas da rede estadual de ensino do Espírito Santo.
Dissertação (Mestrado Profissional em Ciência, Tecnologia e Educação). Faculdade
Vale do Cricaré, São Mateus, ES, 2018.
O estado do Espírito Santo liberou o uso do celular nas escolas estaduais, por meio
da Lei nº 10.506/2016 e da Portaria nº 107-R/2016, que estabelece critérios de uso
pedagógico do equipamento. Tal decisão surgiu devido ao contexto do mundo
contemporâneo, onde o dispositivo está cada vez mais presente no cotidiano e na
construção da identidade dos jovens. Esse fato comprova-se com a pesquisa TIC
Educação, que apontou o celular como principal instrumento usado pelos
adolescentes para acessar a Internet, inclusive para realizarem tarefas escolares.
Além disso, a Unesco defende que, devido sua ubiquidade, as tecnologias móveis
podem auxiliar nos processos educativos, ampliar o tempo de estudo e ajudar a
personalizar a aprendizagem. Assim, esta dissertação propôs como problema “de
que maneira a Sedu pode fortalecer a cultura do uso do aparelho celular para
potencializar o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes?”, com o objetivo
geral de “analisar, a partir da Portaria nº 107-R/2016, o uso do aparelho celular nas
práticas pedagógicas dos professores da rede estadual de educação do Espírito
Santo, de forma a contribuir com o processo de ensino-aprendizagem dos
estudantes”. Utilizamos abordagem qualitativa, de natureza aplicada, do tipo estudo
de caso. Na revisão de literatura, explanamos sobre a aprendizagem móvel, a
presença da tecnologia no mundo coevo, a mediação do professor e o ensino
personalizado, sob a visão de autores que defendem a integração da tecnologia na
educação. Findada essa etapa, empregamos a técnica da análise de conteúdo para
apreciar os dados, na modalidade análise temática. Os dados obtidos foram
correlacionados entre os objetivos específicos elencados. A partir daí, os resultados
mostraram que a rede estadual de ensino está no nível intermediário de adoção das
tecnologias em relação a quatro dimensões (visão, competência, conteúdo e
recursos digitais e infraestrutura). Os professores que mais utilizam o celular em
suas aulas atuam nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio,
ministrando língua portuguesa e matemática. Além disso, percebemos que boas
práticas já acontecem na rede, mas são pontuais e não sistematizadas. Poucos
professores buscaram por formações, entretanto o interesse dos docentes aumentou
significativamente, especialmente nos cursos de aplicação imediata. Concluímos
que os professores precisam de mais apropriação das metodologias de
aprendizagem apoiadas na mobilidade, além de buscarem conhecer ferramentas,
ambientes e conteúdos disponíveis para desenvolverem práticas ancoradas na
personalização, colaboração e orientação. Mesmo sem conexão, o celular oferece
diversos recursos pedagógicos, contudo, a aprendizagem móvel carece de novos
conceitos e abordagens metodológicas, tornando primordial a formação do professor
para alcançar o êxito das práticas pedagógicas. Por fim, estabelecemos propostas
para fortalecer o uso do dispositivo com fins pedagógicos nas escolas estaduais do
Espírito Santo.