O DÉFICIT DE ENSINO-APRENDIZAGEM EM GEOGRAFIA: ENTRE A POLIVALÊNCIA E A BNCC
Resumo
Partindo de uma premissa em cujo propósito perscruta “o déficit de ensino aprendizagem em geografia: Entre a polivalência e a BNCC” emerge-se, a partir
desta, a necessidade de descortinar os meandros históricos, pedagógicos e até
mesmo legais de uma suposta falha do sistema educacional brasileiro, que teve a
sua gênese com o levante da ditadura militar, e que vislumbrou na polivalência um
subterfúgio para contenção de gastos, inerentes a gestão pública educacional.
Todavia, emesmo o regime militar tendo sucumbido há décadas, deixando de ser um
entrave para a gestão pública educacional brasileira, percebe-se que a polivalência
ainda está longe de cumprir os seus desígnios, pois apesar dos avanços
educacionais que foram materializados com o advento da Carta Magna de 1988,
onde por sua chancela também se acostaram diversas leis, resoluções e pareceres
re-configurando as competências pelas quais lhe dariam tônica, enquanto atributo, a
polivalência ainda parece vivenciar tanto o contexto da década de 60, onde se
buscava “[...] a improvisação de professores em detrimento dos padrões de ensino.”
(SUCUPIRA, 1964, p. 107), quanto às aspirações capitalistas que foram erigidas
pela re-significação da reestruturação do capital humano, na década de 80. Diante
desse contexto, nasce a BNCC, que ao lado da CF/88, da LDB e do PNE se
constitui como um dos mais importantes documentos da história educacional
brasileira, sendo a responsável por subsidiar um conjunto não apenas orgânico
normativo, mas, acima de tudo, progressivo em termos de aprendizagens, ditas
essenciais ao longo da Educação Básica. Destarte, essa ferramenta educacional,
deveria garantir que os alunos da II Etapa da Educação Básica – Anos Iniciais se
apropriassem dos sistemas de escrita alfabética e aritmética, no entanto, não é isso
que se percebe, pois ao migrarem do 5° ano da II Etapa da Educação Básica - Anos
Iniciais, para os Anos Finais, da mesma Etapa, especificamente o 6° ano, os
problemas de ensino-aprendizagem correlacionados ao processo de alfabetização e
letramento surgem, demonstrando que a proficiência tanto em língua portuguesa
quanto em matemática, obtidos com a mediação de um professor polivalente, foram
insuficientes. Outrossim, o objetivo desse trabalho, enquanto metodologia, teve por
escopo demonstrar se o déficit de ensino-aprendizagem, supostamente acometido
pela polivalência ao processo de alfabetização e letramento dos alunos que hoje
estudam na II Etapa da Educação Básica - Anos Finais, em geografia, seria por
inobservância à BNCC. E que, por conseguinte, possibilitou, após a inferência de
análises estatísticas e consultas jurídicas, atestar que a improficiência dos sistemas
de escrita alfabética e aritmética dos alunos da II Etapa da Educação Básica – Anos
Finais é motivada por uma inobservância específica furtada à BNCC, pela ausência
de um ato administrativo que lhe faça ser observável, perante o Sistema
Educacional Brasileiro, no tocante a produção imediata de efeitos jurídicos que
sejam capazes de fazer com que os alunos se apropriem do sistema de escrita
alfabética nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental.