IMPLICAÇÕES DA ATIVIDADE MUSCULAR NA CEFALEIA DO TIPO TENSIONAL CRÔNICA E MIGRÂNEA
Resumo
Introdução: A fisiopatologia da cefaleia do tipo tensional crônica e da migrânea
crônica ainda é em grande parte desconhecida. A fraqueza dos músculos flexores
crâniocervicais profundos tem sido estudada como potencializadora das crises
nesses tipos de cefaleia. Objetivos: O objetivo do presente estudo foi analisar a
atividade dos músculos flexores crâniocervicais profundos, qualidade de vida,
impacto da doença e níveis de ansiedade e depressão em pacientes portadores de
cefaleia do tipo tensional crônica e pacientes portadores de migrânea crônica.
Métodos: Este estudo transversal clínico controlado foi realizado com 22 indivíduos
do sexo feminino separados por três grupos, sendo 7 compondo o grupo de cefaleia
do tipo tensional crônica, 8 no grupo migrânea crônica e 7 controles saudáveis
pareados por idade. Pacientes e controles foram submetidos a: teste de flexão
crâniocervical pela unidade de biofeedback pressórico Stabilizer, questionário de
qualidade de vida WHOCOL-BREF, inventários de ansiedade e depressão de Beck
e questionário de impacto da cefaléia (HIT-6). Resultados: Todos os indivíduos
portadores de cefaleia do tipo tensional crônica e os indivíduos com migrânea
crônica apresentaram menor atividade dos músculos flexores crâniocervicais
profundos, menor qualidade de vida, maior impacto da doença e maiores escores de
ansiedade quando comparados com os controles saudáveis. Os grupos de cefaleia
tensional do tipo crônica e enxaqueca crônica não apresentaram diferença
estatística entre si. Foi encontrada correlação negativa entre impacto da doença e
fraqueza dos músculos apenas nos indivíduos com cefaleia do tipo tensional crônica.
Conclusão: Nossos resultados reforçam a ideia de que a fraqueza dos músculos
flexores crâniocervicais profundos potencializam as crises e frequência da cefaleia
nesses dois tipos de pacientes, principalmente nos portadores de cefaleia do tipo
tensional crônica, aumentando o impacto da doença neste grupo. Entretanto um
maior número de amostra se mostra necessário para possivelmente se confirmar os
dados de correlação também nos pacientes com migrânea crônica.