O CÁRCERE E A MATERNIDADE: UM ESTUDO DA REALIDADE NO CENTRO PRISIONAL FEMININO DE COLATINA - CPFCOL
Resumen
Este estudo tem como principal objetivo pesquisar e descrever as vivências do
período de gestação e a maternidade dentro do Centro Prisional Feminino de
Colatina – CPFCOL, localizado no município de Colatina, Espírito Santo. Apesar
da população carcerária feminina ser atualmente a que mais cresce, existe uma
escassez de estudos que focam nas suas experiências únicas, como a
maternidade no contexto prisional, e que versam a respeito dos danos para
aqueles que acabam cumprindo a pena juntamente com a reclusa. Trata-se,
portanto, de uma reflexão sobre as vivências femininas e da maternidade no
CPFCOL. Para a coleta e análise dos dados, adotamos métodos mistos –
qualitativos e quantitativos – e empregamos visitas de campo, aplicação de
questionários e entrevistas semiestruturadas, vez que a integração de tais
dados pode nos oferecer uma melhor compreensão da realidade local. Os dados
quantitativos contaram com uma amostragem de 10 mulheres, compreendendo
gestantes e mães em situação de prisão. Também foram realizadas entrevistas
abertas com essas mulheres e as profissionais que atuam na unidade
prisional. Como resultados foram apontados os desafios encontrados pela
instituição na busca pela ressocialização e reinserção social das presas. Os
números revelam que a maioria das mulheres pertencem a grupos de famílias
com pouquíssima renda, baixa escolaridade, com familiares encarcerados, em
situação de vulnerabilidade e risco social. Mesmo que dentro da prisão existam
espaços e profissionais para atender as principais necessidades das gestantes,
nas entrevistas se destacaram fatores de proteção e os fatores de risco do
aprisionamento para a mãe e para criança. Foi constatado que quanto maior o
tempo de permanência da criança dentro do cárcere, maiores as privações,
reforçando que a maternidade deveria ser exercida em ambientes que
assegurassem a liberdade.