O Professor de Matemática dos Anos Iniciais e sua Formação nos Cursos de Pedagogia: tecendo reflexões sobre sua prática pedagógica

Abstract

O presente estudo surgiu com o objetivo de investigar o modo pelo qual se efetiva a formação matemática do pedagogo no contexto da Universidade do Estado da Bahia - UNEB/Campus X e sua contribuição na prática pedagógica de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para tanto, foram analisados documentos que regulamentam a formação de professores e, mais especificamente, o que trata dos cursos de Licenciatura em Pedagogia. Nesse sentido, foi realizado um estudo do Projeto Político Pedagógico do curso investigado no intuito de tecer considerações a respeito do pretenso trabalho. Para atender as intenções da pesquisa e, sobretudo, manter o diálogo teórico, foi selecionado um quadro teórico, composto de reflexões que alguns estudiosos discutem e que são relevantes ao tema ora apresentado, a saber: i) a História da Educação e seu papel junto ao curso de Pedagogia, na perspectiva de Saviani (2008); Silva (1999) e Libâneo (1998, 2006); ii) a Formação Docente, com base nas reflexões de Ponte (1992) e Gauthier (1998); iii) A Formação Matemática dos professores dos anos inicias, na perspectiva de Curi (2004, 2005); Cury (1999) e Fiorentini (2003); iv) Competência e Saberes Docentes, sob a ótica de Tardif (2012), entre outros. No que concerne aos procedimentos metodológicos, optou-se pela abordagem qualitativa, baseada no mapeamento bibliográfico, na análise documental e na análise de questionários e entrevista semiestruturada. Como aporte metodológico para situar a pesquisa qualitativa Flick (2004) e para a análise documental Ludke e André (1986). Constituíram-se sujeitos da pesquisa: professores formadores, licenciandos e, professores egressos que ministram nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A partir dos dados oriundos das análises, percebeu-se que a formação matemática do pedagogo formado no contexto da UNEB/Campus X tem se apresentado com determinadas fragilidades, dentre as quais: a) a carga horária insuficiente destinada ao estudo de Matemática; b) redução da possibilidade de trabalhar com as limitações apresentadas pelos licenciandos do curso - no que se refere a conhecimentos matemáticos; c) processo de formação que privilegia aspectos teóricos e se distância da prática com foco nos anos iniciais e d) a influência de experiências passadas nesse processo de formação.