EDUCAÇÃO TRANSVIADA: (RE)PENSANDO O ENSINO DE SOCIOLOGIA PELA NÃO NORMATIVIDADE
Resumen
A presente pesquisa é de abordagem qualitativa de método indutivo e demonstra, a partir das percepções de discentes e docentes, as contribuições dos estudos transviados, também chamados de teoria queer, para o ensino de Sociologia na Educação Básica. Nesse sentido, verifica-se nos materiais didáticos legais disponíveis para o Ensino Médio como Base Nacional Comum Curricular, Orientações Curriculares para o Ensino Médio e Currículo do Espírito Santo, como se dá a abordagem das diferentes manifestações dos gêneros, sexualidades humanas e os estudos transviados; identifica-se as concepções de docentes de Sociologia do município de Colatina sobre gêneros, sexualidades e estudos transviados em sala de aula; classifica-se as concepções de discentes do Ensino Médio do município de Colatina a respeito das questões dos estudos transviados; propõe-se material didático ao trabalho na disciplina de Sociologia, com base nas demandas identificadas junto aos sujeitos da pesquisa, com vistas a promover um trabalho transformador no Ensino Médio. Quanto à discussão teórica da pesquisa, adotamos o pensamento de Michel Foucault, Judith Butler e Richard Miskolci no que diz respeito às suas contribuições à teoria queer, bem como tomamos o termo estudos transviados de Berenice Bento como tradução idiossincrática para estudos queer, além das proposições de Guacira Lopes Louro sobre pós-identidade para a Educação. As/os colaboradoras/es da pesquisa foram quatro docentes e vinte e nove dissentes da Rede Estadual de ensino do município de Colatina (ES). O percurso metodológico do trabalho ancora-se em apontamentos qualitativos propostos por Bogdan e Biklen, Gatti, Lakatos e Marconi, valendo-se de três diferentes técnicas de coleta de dados: entrevistas semiestruturadas, questionários abertos e grupos focais. A partir das análises dos dados obtidos observa-se a necessidade de (re)pensar o ensino de Sociologia sob uma perspectiva não normativa, levando em consideração que muitas/os colaboradoras/es do trabalho percebem as questões de gênero e sexualidade como parte da ordem heteronormativa, além de não conhecerem os estudos transviados, tampouco a teoria queer. Mais ainda, urge a necessidade de se pensar uma Sociologia Transviada.