DIFERENTES OLHARES SOBRE A INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: FAMÍLIA, PROFESSORES E ESCOLA
Abstract
BAIENSE, Ana Elena dos Santos. Diferentes olhares sobre a inclusão de estudantes com deficiência intelectual: família, professores e escola. 2022. 168 f. Dissertação ((Mestrado Profissional em Ciência, Tecnologia e Saúde) – Centro Univeristário Vale do Cricaré, São Mateus, 2022
O ambiente escolar tem sido permeado por diversas discussões sobre a inclusão de alunos com deficiência, a fim de proporcionar reflexões e propostas de práticas sobre como tornar a inclusão uma realidade. Diante dessa conjuntura, este estudo tem como objetivo compreender os diferentes olhares dos professores, da escola e da família no processo de inclusão de estudantes com deficiência intelectual nos anos finais do ensino fundamental. A pesquisa teve como base os estudos de Gilberta de Martino Januzzi, que trata dos desafios e barreiras à inclusão do aluno com deficiência desde os tempos primórdios até o início do século XXI. Rosana de Castro Casagrande, Jefferson Mainardes, Rosana Glat e Márcia Denise Pletsch, esses autores discutem os processos estruturais e funcionais de inclusão de alunos com deficiência nas escolas regulares, bem como as políticas de inclusão escolar. Valdelúcia Alves da Costa, Érica Souza Leme traçam o caminho percorrido pela educação inclusiva no Brasil com base em documentos oficiais e nas declarações internacionais.Maria Tereza Eglér Mantoan que discute a inclusão escolar das crianças com deficiência, o conceito de igualdade e diferença, o direito à educação de qualidade para todos e as implicações nas lacunas da formação docente. Cleusa Inês Ziesmann, Caroline de Oliveira Schneider, Sonize Lepke abordam aspectos importantes e necessários na formação dos docentes, como diálogos, avaliação e educação inclusiva. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, realizado em uma escola pública do município de Anchieta-ES, envolvendo observação não participante de turmas do 6º ao 9º ano, além de entrevistas com seis professores, o gestor, o professor do Atendimento Educacional Especializado e cinco mães de alunos. Os resultados apontaram que divergências nas respostas dos profissionais e mães de alunos sobre aspectos importantes para a efetivação de uma escola inclusiva, tais como segregacionismo dos alunos com deficiência intelectual nas turmas e em eventos realizados pela escola, falta de interação do professor e do restante da turma, bem como atividades desvinculadas dos conteúdos desenvolvidos com os demais alunos. Nas observações de aulas, ficou bastante evidente o completo distanciamento com os professores, que relegam aos profissionais auxiliares as tarefas e assistência aos alunos com deficiência intelectual. Constatou-se que as famílias sentem que a escola possui falhas, entretanto, reconhecem sua função como essencial para o desenvolvimento e autonomia dos filhos. Quanto ao professor do Atendimento Educacional Especializado, é preciso que vá além do atendimento isolado a estes alunos, devendo servir de ponte, para que as suas necessidades sejam atendidas em salas de aula. Desse modo, concluiu-se que, à medida que a sociedade se reconhece mais diversa, as pessoas passam a interagir com essa diversidade, sendo essencial que sejam criados ambientes inclusivos para todos os alunos, criando estruturas institucionais que ofereçam espaços acolhedores para todos, reconhecendo e construindo competências, independentemente das suas diferenças.