IDENTIDADE QUILOMBOLA: O OLHAR DOS ALUNOS, PAIS E PROFESSORES SOBRE AS ESCOLAS QUILOMBOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM PRESIDENTE KENNEDY-ES

Abstract

SANTOS, LEONARDO DOS. Identidade quilombola: o olhar dos alunos, pais e professores sobre as escolas quilombolas do ensino fundamental em Presidente Kennedy-ES. 2020. 89 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ciência, Tecnologia e Educação) – Faculdade Vale do Cricaré, São Mateus-ES.

Esta pesquisa parte do interesse em compreender como vem sendo desenvolvida a educação nas escolas quilombolas do ensino fundamental nas comunidades Boa Esperança e Cacimbinha em Presidente Kennedy-ES. A pesquisa aborda a afirmação da identidade quilombola dessas comunidades, numa visão dos alunos, professores e pais (fazendo um parâmetro de observação com a relação familiar e seus professores) à luz de conceitos (de Identidade e Quilombo) para fundamentar o estudo ora proposto. A pesquisa é de natureza qualitativa, usando como instrumento de investigação entrevistas semiestruturadas e buscando evidências que revelem a percepção destes estudantes no que se refere à construção de sua individualidade quilombola. Essa compreensão parte da discussão sobre o significado de o estudo para esclarecer) questões referentes à construção identitária desses grupos sociais. Também permite concluir, no período analisado, a forma como a comunidade vem repensando a escola e problematizando a condução das políticas municipal, tornando-se protagonista nas decisões que envolvem os seus interesses. Com base nessas informações, é possível constatar que o interesse pela educação escolar quilombola ainda é muito incipiente: faltam incentivo, apoio e comprometimento dos responsáveis pela gestão municipal. Portanto, a afirmação dos direitos das comunidades quilombolas no campo educacional é perpassado por interesses diversos, entre os quais a negação desses direitos e a crença de que seja desnecessário ensinar História da África aos alunos quilombolas, o que contribuiria na afirmação da sua identificação. Esse processo deve perpassar diferentes conhecimentos e saberes, estratégias pedagógicas e recursos didáticos, assim como o combate a toda forma de discriminação e preconceito no ambiente escolar. Ademais, deve atravessar os muros escolares e ir ao encontro da comunidade que ali vive, na troca de conhecimentos, onde os pais têm muito a contribuir nessa construção.