O CONHECIMENTO DAS MULHERES EM RELAÇÃO AO EXAME CITOPATOLÓGICO DE COLO UTERINO EM MUNICÍPIOS DE FRONTEIRA
Abstract
Entre as neoplasias femininas no Brasil, o câncer do colo de útero recebe grande
empenho em um trabalho de educação de saúde pelo profissional de enfermagem,
em um processo de prevenção e promoção de saúde, com assistência integralizada e
humanizada. O exame citopatológico, popularmente conhecido como Papanicolau é
de extremo valor na prevenção do câncer de colo do útero, o qual é o segundo tumor
mais acometido na população feminina. Contudo, ainda há falta de conhecimento
sobre o exame e muitas mulheres não procuram este atendimento por não
conhecerem o tipo de procedimento e sua finalidade, ao lado do medo e da vergonha
de se submeter ao exame. O estudo objetiva verificar o nível de conhecimento de um
grupo de mulheres residentes na fronteira, em relação ao exame citopatológico de
colo uterino. Especificamente, pretendeu-se verificar se um grupo de mulheres
residentes em municípios de fronteira do Nordeste de Minas Gerais e Norte e Sul do
Espírito Santo está em dia com o exame referido; apontando as questões culturais
que têm interferido na aceitabilidade deste exame. Objetiva ainda, analisar as
variações de conhecimento e aceitação do exame. O estudo foi de revisão de literatura
com pesquisa de campo, sob a forma de coleta de dados, nas Unidades de Saúde da
Família ou não das regiões supracitadas, de agosto a dezembro de 2018. Os
resultados foram analisados através de tabelas e gráficos explicativos, No estudo ficou
evidenciado ainda que, com um nível socioeconômico cultural, com elevado nível de
escolaridade, conhecimentos das necessidades e informações básicas do CCU, as
usuárias mesmo assim, retardam o comparecimento ao exame preventivo, por medo
associado a dor; devido aos horários não flexíveis da Unidade Básica de Saúde; pela
falta de estrutura do Centro de Saúde; bem como, pela falta de tempo por ser o pilar
de sustento familiar. Ainda há a proibição de seus parceiros; como também a longa
distância da Unidade Básica de Saúde, em especial, nos municípios do Nordeste/MG
e Norte/ES. Outro aspecto, refere-se à falta de treinamento dos profissionais da
Atenção Básica para diagnosticar precocemente as lesões e outros, em minoria neste
estudo, mas que merece ser citado, ou seja, por residir em regiões de extrema
pobreza. Por fim, e em número altamente reduzido, acrescentaram as usuárias não
possuir informações adequadas a respeito do câncer cervical, nem acerca da sua
prevenção e detecção precoce. O que se conclui como evidência, a necessidade de
se propor planos de intervenção, com ações efetivas que vá de encontro às
necessidades das usuárias. Foi ainda demonstrado que, a realização do exame
preventivo é dificultada pelo conhecimento deficiente, e muitas vezes equivocado das
mulheres sobre o mesmo. Além disso, as entrevistadas também identificaram o exame
como um momento carregado de sentimentos como o medo, vergonha e a
preocupação.