| dc.description.abstract | No mundo contemporâneo a violência atrelada ao tráfico de drogas tem alcançado
um patamar assustador, principalmente envolvendo mulheres. A relevância do
conhecimento de ações que possam contribuir para minimizar tais situações torna se fundamental para a compreensão sobre o assunto, considerando as significativas
ocorrências na sociedade no que se refere ao envolvimento da mulher no tráfico de
drogas. Partindo dessa realidade este trabalho de pesquisa tem como objetivo
pesquisar os motivos pelos quais a mulher aderiu ao tráfico de drogas na cidade de
São Mateus/ES. Para tanto a pesquisa classificou-se em exploratória e descritiva.
Tendo como técnica o estudo de caso, de cunho qualiquantitativo, realizado na
Penitenciária Regional de São Mateus (PRSM), pesquisa bibliográfica, documental e
de campo. Os dados foram coletados no período de novembro de 2017 a julho de
2018, por meio das técnicas metodológicas de coleta de dados: entrevista
estruturada junto ao Diretor da PRSM e questionário junto as detentas e análise dos
documentos e informações da Polícia Militar e Polícia Civil. Na análise dos dados
surgiram cinco categorias: percepção do Diretor da PRSM; perfil das detentas
entrevistadas; motivos e aspectos de influencia para adesão ao tráfico de drogas;
dados da Polícia Militar; dados da Polícia Civil. A partir dos resultados da pesquisa,
verificamos que o perfil das detentas apresenta um nível de escolaridade de Ensino
Médio completo, em sua maioria são solteiras, mães e estão na faixa etária de 26 a
45 anos. Estavam inseridas no mercado de trabalho mesmo que informal, com renda
média de um salário mínimo ou superior. No tráfico a maioria desempenhava o papel
de vendedora retalhista. Os motivos e aspectos pelos quais ocorrem ou
influenciaram a participação no tráfico, constatamos a influência masculina de
terceiros como: companheiro, esposo, namorado e amigo na indução a prática
delitiva; desemprego/necessidade; manter o vício e forma de obter dinheiro fácil.
Diante destes dados, verificamos a necessidade do Estado em conjunto com a
sociedade civil promoverem ações que sejam capazes de atender as reais
necessidades dessas mulheres, para quando da saída em liberdade poderem sentir
capazes de encarar o mundo de forma diferenciada, porque só assim haverá a
compreensão de tal situação anteriormente vivenciada, podendo efetivar os direitos
sociais dessas pessoas, e não reforçar um Estado punitivo. | pt_BR |
