dc.description.abstract | Há alguns anos, o Ministério da Saúde tem tentado inserir no pré-natal a
participação do parceiro, o que em países desenvolvidos já é uma realidade, no
entanto, ainda são escassas as pesquisas sobre a qualidade desta inserção, bem
como o que os homens pensam sobre esta iniciativa. Assim, optou-se por uma
pesquisa junto aos pais ou parceiros de gestantes durante o pré-natal, nas regiões
Norte do Espírito Santo e Nordeste de Minas Gerais, a fim de verificar a participação
destes homens no pré-natal. Considera-se ser de grande valia os dados a serem
coletados, para que estes estados possam planejar ações de saúde voltadas para
essas pessoas, tornando possível o ajuste das intervenções já existentes, no sentido
de interferir com mais eficiência. O estudo nessas regiões se justifica também para
mensurar as variações em relação aos conhecimentos coletivos e individuais sobre
a questão em análise, apesar das políticas públicas serem similares para todo país,
é de conhecimento que as questões culturais e socioeconômicas são fatores de
interferência no resultado final deste trabalho. O estudo tem como objetivo geral
avaliar a participação dos pais/parceiros no pré-natal em municípios do Norte do
Espírito Santo e Nordeste de Minas Gerais e como objetivos específicos conhecer
os pensamentos e comportamentos em relação à participação dos pais/parceiros no
pré-natal; avaliar o conhecimento deste público sobre o interesse na participação do
pré-natal; mensurar as variações de conhecimento em relação ao pré-natal em cada
região estudada; e avaliar os fatores que implicam na participação nas consultas e
acompanhamento no pré-natal. Os resultados demonstraram que os pais possuem
pouco conhecimento sobre o pré-natal e a importância de sua participação junto à
gestante. Tal situação, pode ser devido a pouca motivação por parte dos
profissionais de saúde que atendem a mulher, direcionando o cuidado
exclusivamente ao binômio mãe e filho, o que leva os pais/parceiros a sentirem-se à
parte do processo, além de questões culturais, de onde provém a crença de que ao
homem basta o papel de provedor e protetor. Uma parcela significativa da amostra
não participou do parto ou sabe cuidar do recém-nascido, o que pode ser o resultado
do não acompanhamento do pré-natal e das ações educativas que devem ser
oferecidas à gestante e à família. Dentre as justificativas mais citadas para o não
acompanhamento às consultas e exames, o horário coincidente com o trabalho foi o
mais citado, resultado observado em outros estudos sobre o tema. Desde 2016, foi
editada lei que garante que o pai se ausente do trabalho dois dias para esse
acompanhamento, no entanto, poucos conhecem a referida legislação. Concluiu-se
que, para que o pré-natal do parceiro passe a ser frequente nas unidades de saúde,
é necessário que o tema seja mais divulgado, abordando a necessidade e
importância da participação do pai durante toda a gestação e no parto, quebrando
mitos e tabus, criando espaços onde possam obter informações, trocar experiências
e estabelecer vínculo com o concepto ainda durante a gestação. | pt_BR |