APLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
Abstract
O presente trabalho objetiva estudar e analisar a problemática que se originou
quanto à utilização dos critérios elencados pelo Supremo Tribunal Federal quando
da aplicação do Princípio da Insignificância. O foco principal deste trabalho é
examinar a posição da doutrina e da jurisprudência, principalmente quando se utiliza
dos elementos subjetivos (incidência de qualificadoras e reincidência) para a não
aplicação deste princípio. Começa-se expondo brevemente os fundamentos
essenciais dos institutos e postulados correlacionados ao tema e a problemática em
uma introdução bastante analítica. Pretende-se perceber a aplicabilidade deste
Princípio no campo do Direito Penal, o nascedouro dos critérios utilizados, bem
como busca verificar se há um critério equânime de julgamento pelos tribunais do
Brasil, para que, finalmente, possa explorar a temática atualmente discutida no
Pleno pelo STF, sobre a possibilidade ou não de se deixar de aplicar o Princípio da
Insignificância nas situações em que estão presentes os elementos subjetivos. No
segundo capítulo aborda-se a diferença entre Direito Penal do autor e do Fato, e faz se uma exposição dos princípios correlatos do Direito Penal, quais sejam, Princípio
da Intervenção Mínima, da Legalidade e da Adequação Social. Finaliza-se esta parte
abordando brevemente noções básicas de bem jurídico e tipicidade. Depois, no
capítulo 3, aprofunda-se nos conceitos e origem do Princípio da Insignificância, bem
como na terminologia dos delitos bagatelares, e termina o aludido capítulo fazendo
referência a críticas de acadêmicos no tocante a não aplicação do Princípio
Bagatelar, quando o autor do delito ostenta elementos subjetivos negativos. O
quarto capítulo faz uma exposição dos critérios objetivos e subjetivos utilizados para
aplicabilidade ou não do postulado em debate, e faz uma análise da jurisprudência e
doutrina adotada pelo Supremo Tribunal Federal, com o objetivo de compreender a
origem do princípio da Insignificância e os fundamentos dos critérios determinadores
da aplicação ou não do instituto no ordenamento jurídico brasileiro. Para isso faz-se
breves citações de Habeas Corpus que foram levados ao plenário do STF e, que,
servem como casos paradigmas para a aplicação ou não do Princípio da
Insignificância no ordenamento jurídico pátrio. Observa-se, aqui, consonância entre
argumentos de rudimento conceitual com outros de política criminal, com a
finalidade principal de buscar a melhor resposta jurídica ao problema aventado.
Importante ressaltar, nesse momento, que em que pese a falta de previsão
normativa, o princípio em debate é amplamente utilizado no Brasil e funciona como postulado de alta relevância. No entanto, o que se traz à discussão no presente
trabalho, é a ausência de uma jurisprudência uniforme, no que diz respeito à
aplicação do princípio bagatelar, nos casos em concreto cujos acusados apresentam
elementos subjetivos onerosos (reincidência e qualificadoras). Tais elementos
utilizados por Magistrados em suas decisões não constam em normas legais, e
foram firmados depois de consolidação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal.
A presente obra traz uma abordagem da não aplicação do Princípio da
Insignificância, mesmo quando a lesão ocasionada ao bem jurídico tutelado é ínfima,
somente por considerar elementos subjetivos ostentados pelo agente. Desvirtuando
assim, a essência basilar do Princípio da Insignificância e outros postulados
correlacionados.
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