dc.description.abstract | A fibromialgia (FM) é considerada uma das condições reumatológicas mais frequentes em todo o mundo, e atinge cerca de 2,5% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia. A FM, mesmo afetando predominantemente
mulheres da faixa etária entre 30 e 50 anos, pode acometer pessoas em todo o mundo independentemente da idade, sexo e condição socioeconômica. Se trata de uma síndrome álgica, de etiologia desconhecida, e de natureza não inflamatória, que causa dor musculoesquelética difusa dentre outros sintomas, como fraqueza, fadiga, rigidez matinal, distúrbios do sono e constipação. Essa condição causa um grande impacto na vida do indivíduo acometido, onde por vezes o incapacita de realizar até mesmo atividades comuns do cotidiano, além disso, seus portadores ainda precisam enfrentar o preconceito da sociedade, que por muitas vezes tratam sua dor como algo não real, tornando-se assim, uma condição que não afeta somente o físico, mas também o psicológico e o social, impactando diretamente a qualidade de vida e bem-estar desses pacientes. Embora na região sudeste do Brasil estejam inseridos os principais polos de desenvolvimento em saúde do país, são escassas as
esquisas relacionadas a fibromialgia, inclusive no estado do Espirito Santo, onde se faz necessário entender qual o perfil e o estágio da fibromialgia na região, para que os déficits com essa população sejam supridos através da informação, e possam ser desconstruídos preconceitos acerca da FM a fim de orientar políticas públicas para garantir atendimento especializado a esse grupo. Dessa forma, o estudo em tela, tem como objetivo, analisar o perfil sociodemográfico das mulheres com Fibromialgia nos municípios de Conceição da Barra e São Mateus, no extremo norte do Espírito Santo, buscando compreender a limitação causada pela fibromialgia em suas atividades de vida diária e as possibilidades da Fisioterapia nesse cenário, bem como servir de base para orientar políticas públicas. Foi obtido 94 respostas ao questionário, onde após aplicados os critérios de exclusão, foi obtido 68 respostas validadas e utilizadas para obter os resultados discutidos. Dentre os resultados, as mulheres fibromiálgicas dos municípios de Conceição da Barra e São Mateus apresentaram idade média de 48 anos, possuem hábitos de vida sedentários, onde 53% não realiza atividade física regularmente, são em sua maioria casadas e com ensino superior completo. 76% estão empregadas e a taxa de desemprego é de apenas 1%. Quanto a renda, 54,4% dessas mulheres tem a renda familiar menor que 2 salários-mínimos, 65% das mulheres informaram se sentir extremamente cansadas e 59% disseram sentir muita rigidez muscular ao acordar. Quanto a dor no corpo, 80,9% referiram dor intensa, já na interferência da dor na rotina de trabalho, 79,4% disseram que interfere bastante, nos aspectos psicológicos 91% das mulheres admitiram ser ou já ter sido acometida por doenças como ansiedade, acometendo 51%, depressão 38% e insônia 39%.Conclui-se que é necessidade políticas públicas voltadas para essa síndrome de tamanha complexidade, tanto para o conhecimento da população sobre a fibromialgia, quanto para os profissionais que são responsáveis pelo diagnóstico, para que esses
pacientes tenham acompanhamento e um tratamento efetivo pelo sistema de saúde, incluindo a Fisioterapia no tratamento. | pt_BR |