VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ATUAÇÃO DAS PROFESSORAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO DESENVOLVIMENTO DA AUTOPROTEÇÃO E PREVENÇÃO
Resumen
BARBOSA, Monica Gomes de Sá. Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes: Atuação das Professoras de Educação Infantil no Desenvolvimento da Autoproteção e Prevenção. 2023. 158f. Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário Vale do Cricaré, São Mateus, 2023.
O abuso sexual infantil ainda é um tema complexo na sociedade contemporânea e um tabu para muitos docentes. Na Educação Infantil, a prevenção é necessária devido à dificuldade de detectar o problema que afeta um número cada vez maior de crianças. Dessa forma, apresentamos como pergunta problema de pesquisa: Como a professora de Educação Infantil poderá desenvolver, junto às crianças, a autoproteção como forma de prevenção do abuso sexual infantil? E como objetivo geral: Compreender como as professoras podem desenvolver, junto às crianças da Educação Infantil, a autoproteção contra possíveis casos de abuso sexual na infância. Para auxiliar e embasar a pesquisa, foram selecionadas algumas obras que tratam a temática sob diferentes ângulos e abordagens. Iniciamos as discussões com a compreensão da concepção de criança à luz de Àries (1981). Brino e Williams (2003) destacam a relevância da atuação dos profissionais da educação para a prevenção, enfrentamento e combate do abuso sexual infantil. Sanderson (2008) discute os toques e comportamentos apropriados e inapropriados e os riscos do abuso contra as crianças. Castanha (2008) apresenta as características da violência sexual infantil e Paixão e Deslandes (2010) contribuem com uma análise das políticas públicas de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, associada à pesquisa participante, de cunho bibliográfico e exploratório. Propusemos a realização de averiguações junto a 13 professoras regentes de Educação Infantil, por meio de questionário semiestruturado e roda de conversa, para um envolvimento das participantes sobre seus conhecimentos e ações cotidianas diante da possibilidade de uma situação de abuso. Os resultados da pesquisa revelaram que a maioria das profissionais demonstra receio em realizar a denúncia, não trabalha habitualmente a prevenção do abuso sexual em sala de aula e não sente dificuldades em identificar os sinais mais visíveis de abuso sexual infantil. Ficou nítida a necessidade de abordagem do tema, pois a maioria das professoras relatou nunca ter recebido orientação sobre prevenção do abuso. Assim, foi possível pensar e elaborar um guia de orientações como produto educacional, contemplando a metodologia. A proposta é auxiliar os professores e professoras para que possam atuar diretamente na prevenção do abuso sexual infantil.