ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO MEIO DE INCLUSÃO SOCIAL NO SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL DE TEIXEIRA DE FREITAS
Abstract
O processo de reabilitação psicossocial leva a desafios da inclusão social através do
trabalho de usuários portadores de transtorno mental. A inclusão social pelo trabalho
na perspectiva da Economia Solidária se constitui em um novo passo no processo
da Reforma Psiquiátrica brasileira. A articulação entre Saúde Mental e Economia
Solidária representa uma construção recente que ganhou força mediante uma série
de articulações entre os Ministérios da Saúde e do Trabalho, fortalecidas na
realização da Oficina de Experiências de Geração de Renda e trabalho de usuários
de serviços de Saúde Mental. A relevância de desenvolver uma pesquisa voltada
para economia solidária justifica-se pelo fato de proporcionar grande mudança na
qualidade de vida, inserção social e acolhimento dos usuários do CAPS (Centro de
atenção psicossocial). O presente estudo tem como objetivo avaliar a economia
solidária como meio de promoção de inclusão social dos usuários do serviço de
Saúde Mental de Teixeira de Freitas. A metodologia de pesquisa utilizada é de
natureza qualitativa, de caráter descritivo. Os dados foram coletados por meio de um
roteiro de entrevista com questões fechadas e respostas com figuras sugestivas,
aplicado através de entrevista. Alguns momentos foram registrados através de
fotografias. Todos os cuidados e aspectos éticos foram respeitados. O estudo foi
realizado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no Município de Teixeira de
Freitas (BA), em parceria com Associação Loucos para Viver (ALPV). A realização
do presente estudo permitiu a confirmação das observações encontradas em
diversas literaturas quanto à importância e viabilidade do uso do trabalho solidário
no processo de reabilitação e inclusão social de usuários portadores de transtornos
mentais, bem como identificar a necessidade de melhorias em vários aspectos a fim
de alcançar satisfação dos usuários no grupo de geração de renda. Foi possível
observar que o trabalho na ALPV além de proporcionar o trabalho solidário também
é tido como oficina terapêutica, estando diretamente ligado ao processo de
promoção de saúde mental dos sujeitos, promovendo superação de problemas de
saúde, levando-os a saírem do isolamento, alcançando o desenvolvimento humano,
preocupação com o trabalho, criando-se assim, um novo projeto de vida. Apesar do
enfoque dos sujeitos sobre a importância do trabalho solidário como reabilitação
psicossocial e promoção da saúde mental, não deixaram de falar sobre a
oportunidade de trabalho a partir da participação do grupo de geração de renda,
possibilitando assim, um ganho financeiro. Ainda que a inclusão social seja uma
tarefa árdua e complexa, o estudo mostrou a importância de dar continuidade na
inserção os usuários do CAPS II de Teixeira de Freitas no mundo do trabalho e por
fim na sociedade.